A histórica Ponte de Ferro, que liga os municípios de Igarapava (SP) e Delta (MG), foi interditada após a identificação de avarias significativas em sua estrutura. Com mais de 100 anos de história, a ponte apresenta rachaduras no asfalto e danos que, por determinação do Ministério Público Federal, exigiram a suspensão do tráfego até a realização de avaliações técnicas. O incidente gerou preocupação entre moradores e trabalhadores da região, que dependem da ponte como principal via de acesso entre os estados de São Paulo e Minas Gerais.

Construída em 1915 pela Companhia Mogiana de Estradas de Ferro, a estrutura é um marco histórico e cultural para a região. A ponte foi erguida com materiais importados da Alemanha e Inglaterra, e sua construção remonta ao contexto da Primeira Guerra Mundial. Porém, a ponte não é apenas importante pela sua longevidade, mas também pelas cicatrizes que carrega da Revolução Constitucionalista de 1932.
Durante este conflito, a Ponte de Ferro foi palco de intensos confrontos entre as forças paulistas e o Exército Nacional. Os tiros que marcaram a estrutura servem como um lembrete da luta pela democracia e pela Constituição que moldou a história do estado de São Paulo. Essas marcas ainda estão visíveis na ponte, conferindo-lhe um caráter simbólico de resistência e memória.
Além da relevância histórica, a ponte tem grande valor cultural para as comunidades locais. Em 2016, uma missa solene foi realizada em sua homenagem, reunindo milhares de fiéis, reforçando a importância do local como ponto de encontro e memória coletiva.

A interdição da ponte, embora preocupante, traz à tona a necessidade de preservação de um patrimônio histórico e cultural único, que continua sendo uma das mais importantes conexões entre as cidades e as histórias de Igarapava e Delta.