O valor da cesta básica continua subindo em todo o Brasil, enquanto o salário mínimo luta para acompanhar essa alta. O impacto disso no bolso do trabalhador é cada vez mais evidente, com um poder de compra reduzido e dificuldades para cobrir despesas essenciais. Mas até onde essa situação pode chegar?

O PESO DA CESTA BÁSICA NO ORÇAMENTO DO TRABALHADOR
De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o custo da cesta básica aumentou em 13 das 17 capitais pesquisadas em janeiro de 2025. São Paulo registrou a cesta mais cara do país, chegando a R$ 851,82, seguida por Florianópolis (R$ 847,12) e Porto Alegre (R$ 828,66).
Com o salário mínimo atualmente fixado em R$ 1.518, o trabalhador que ganha um salário mínimo gasta cerca de 56% da sua renda apenas para comprar alimentos básicos. Isso sem contar despesas com moradia, transporte, saúde e outros custos essenciais.
A INFLAÇÃO NÃO PERDOA
O aumento nos preços da cesta básica está diretamente ligado à inflação dos alimentos. Fatores como o clima, alta nos custos de produção e oscilações cambiais impactam os preços de produtos essenciais. Em setembro de 2024, uma seca severa afetou a produção agrícola, reduzindo a oferta de grãos e elevando os preços do arroz, feijão e farinha de trigo.

Além disso, a alta do dólar e o encarecimento dos combustíveis elevam os custos de transporte e produção, que acabam sendo repassados ao consumidor final. O resultado? Uma cesta básica cada vez mais cara e um salário mínimo que não acompanha essa alta.
O SALÁRIO MÍNIMO AINDA É SUFICIENTE?
O Dieese calcula mensalmente quanto deveria ser o salário mínimo ideal para suprir as necessidades básicas de uma família brasileira. Em janeiro de 2025, o valor necessário para cobrir gastos com moradia, alimentação, saúde, educação, vestuário e lazer seria de aproximadamente R$ 6.800, quase 4,5 vezes o valor do salário mínimo atual.
Isso significa que, na prática, o trabalhador brasileiro está perdendo poder de compra. Se há alguns anos era possível adquirir até três cestas básicas com um salário mínimo, hoje o valor mal cobre duas unidades.
COMO ISSO IMPACTA O CONSUMIDOR?

O aumento no preço da cesta básica tem um efeito dominó na economia. Com menos dinheiro para outras despesas, o consumo geral cai, afetando o comércio e reduzindo a circulação de dinheiro na economia. Além disso, muitas famílias precisam recorrer ao endividamento para manter a alimentação em dia.
O QUE ESPERAR PARA O FUTURO?
Especialistas indicam que a tendência é de que os preços continuem subindo, especialmente em períodos de safra baixa ou alta no dólar. O governo tem estudado alternativas para amenizar os impactos, mas, até agora, a realidade é que o trabalhador brasileiro precisa fazer malabarismos para manter o básico em casa.
E você, já sentiu o peso desse aumento no bolso? Como tem lidado com os preços cada vez mais altos? Comente e compartilhe essa informação!